11.6.08

Plásticos não prestam

"Dados preliminares do Instituto de Resíduos indicam que, no ano passado,
pouco mais de 11 por cento das embalagens de plástico deitadas para o
lixo foram recuperadas e transformadas em plástico novo ou outros
materiais. O mínimo, porém, deveria ser 15 por cento. Dos 15
Estados-membros mais antigos da União Europeia (UE), só a Grécia estará
em situação pior (ver gráfico).
Adoptada em 1994, a directiva europeia determinou que, até finais de
2001, pelo menos 25 por cento de todas as embalagens deitadas fora
fossem recicladas. Para cada material em particular - vidro, papel,
metais e plásticos - deveria haver um mínimo de 15 por cento de reciclagem.
Portugal, Irlanda e Grécia conseguiram uma derrogação da directiva até
ao fim de 2005. Para o vidro, o papel e o metal, Portugal saiu-se bem,
ultrapassando de longe os seus compromissos (ver gráfico). Mas para os
plásticos está aquém da meta e provavelmente não cumprirá a directiva.
"O plástico é sempre o mais problemático", afirma Luísa Pinheiro,
directora do Departamento de Planeamento e Relações Internacionais do
Instituto de Resíduos. "As outras fileiras têm uma tradição mais antiga
de recolha selectiva", completa.


Um dos posters realizados para a campanha

Problema é dos consumidores?
De acordo com os números provisórios do Instituto de Resíduos, em 2005
foram para o lixo cerca de 355 mil toneladas de plásticos, como garrafas
de água, boiões de iogurte, sacos de supermercado ou embalagens
industriais. Só cerca de 40 mil toneladas foram recicladas.
A Sociedade Ponto Verde - a empresa que gere a reciclagem das embalagens
em nome da indústria - diz que o estrangulamento está do lado do
consumidor, "que ou não deposita as embalagens usadas nos equipamentos
de recolha selectiva apropriados ou utiliza algumas embalagens deste
material para outros fins que não a reciclagem", segundo uma resposta
escrita a perguntas do PÚBLICO.
Os plásticos que o cidadão coloca nos ecopontos contribuem com pouco
mais de metade da quantidade reciclada, segundo dados da Sociedade Ponto
Verde para o terceiro trimestre de 2005. O resto é retomado sobretudo no
comércio e serviços.
A Plastval, entidade ligada à valorização dos plásticos criada pelas
indústrias do sector, também entende que o problema está do lado do
consumidor. "Há capacidade de reciclagem no país", diz Rui Toscano,
dirigente da Plastval.

Portugal tem até Junho de 2007 para comunicar a Bruxelas os resultados
finais da reciclagem em 2005. Até 2011, o país tem de cumprir novas
metas de reciclagem, fixadas no ano passado pela União Europeia. Nos
plásticos, o valor mínimo será de 22,5 por cento."

http://gaia.org.pt/pipermail/gaia-geral/2006-January/006662.html

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